domingo, 30 de junho de 2013

Autismo: uma nova fronteira para as pesquisas

 

 Patrícia Brandão, Alysson Muotri e Berenice Piana  durante palestra no Instituto de Psiquiatria da USP

 (Foto: Marcela Bourroul/ Crescer)

 

 Em visita ao Brasil, o biólogo Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia, reuniu-se com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, para propor a criação de um centro de excelência para estudos do autismo. Saiba mais sobre palestra do especialista a pais e mães.
 Neste sábado (29), o biólogo Alysson Muotri, uma das maiores referências mundiais em pesquisas sobre autismo, esteve em São Paulo, no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da USP, para falar sobre as pesquisas que está desenvolvendo em seu centro de estudos na Universidade da Califórnia, em San Diego (EUA). A palestra - destinada a pais e mães e com apoio da CRESCER - contou ainda com a professora da USP Patrícia Brandão, que está à frente de uma pesquisa sobre autismo na Universidade, e teve abertura de Berenice Piana, cuja lei que leva o seu nome foi sancionada em dezembro de 2012, concedendo ao autista os direitos legais de todos os indivíduos com deficiência.
No evento, Muotri explicou como usa a tecnologia de células-tronco para entender o funcionamento dos neurônios de pessoas diagnosticadas com transtornos relacionados ao espectro autista.
 Em seu centro de estudos, ele usa uma técnica que transforma células de pessoas adultas em células-tronco embrionárias, ou seja, células que ainda não são especializadas. Depois disso, é possível fazê-las se desenvolver novamente e diferenciá-las em células cerebrais. Como essas células tiveram origem em um indivíduo que já estava diagnosticado com um problema, é possível simular no laboratório o funcionamento dos neurônios daquele paciente em comparação com uma pessoa saudável.
A partir dessas comparações, o grupo de estudo de Muotri já conseguiu identificar uma série de diferenças na estrutura dos neurônios e como essas células respondem em conjunto (o que ajuda a entender como funciona o cérebro desses pacientes). A maior parte das pesquisas está sendo feita com portadores da Síndrome de Rett, que faz parte do espectro autista.
Outra vantagem de ter essas células em laboratório é a possibilidade de testar drogas sem precisar de voluntários num primeiro momento. Isto é, os cientistas conseguem observar a reação das células e de diversas moléculas que podem se transformar em remédios eficazes. Claro que depois do teste em laboratório é necessário fazer os testes clínicos, mas a técnica pode reduzir os custos desse processo. Por enquanto, nenhum medicamento foi validado por meio desse procedimento, até porque ele ainda é muito novo, mas é uma aposta dos pesquisadores.

Um grande número famílias enxerga no pesquisador a possibilidade de encontrar a cura para seus filhos. No entanto, durante a palestra, ele fez questão de esclarecer que ainda serão necessárias muitas pesquisas clínicas e laboratoriais para atingir esse sonho.
Outra novidade trazida pelo biólogo é que, como nos Estados Unidos já há grupos de estudo voltados para o autismo há quase uma década, também está sendo possível fazer pesquisas avaliando o histórico dos pacientes. A partir daí, há cientistas que buscam entender qual a diferença entre aqueles que evoluíram bem após alguns tratamentos e aqueles que quase não apresentaram melhoras.
Incentivo para a pesquisa nacional
A vinda de Muotri ao Brasil, no entanto, teve ainda outro objetivo. Na última quinta-feira (27), o cientista se reuniu com o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, e alguns representantes da sociedade civil para propor a criação de um centro de excelência para estudos do autismo. O projeto surgiu por conta de seu interesse nessa área e do contato com pais brasileiros e pesquisadores.
A proposta é que o governo federal invista inicialmente 100 milhões de dólares para a criação de um centro onde seja possível realizar pesquisas, ensaios clínicos e testar possbilidades de tratamento. Segundo Muotri, o Brasil tem a possibilidade de sair à frente nessa área. Aqui já estão sendo desenvolvidos projetos em consonância com sua linha de pesquisa, como o Fada do Dente, coordenado pela professora da USP Patrícia Beltrão Braga, uma iniciativa inédita na América Latina.
O governo ainda não deu nenhum sinal de que colocará o projeto em prática, mas a conversa desta semana pode ter sido o pontapé inicial para uma nova realidade das pesquisas sobre o transtorno do espectro autista no país. Sobre cura ainda é difícil falar, mas como bem disse Muotri durante a palestra, citando Bill Gates: “Sempre superestimamos as mudanças que vão acontecer nos próximos dois anos e subestimamos as mudanças que acontecerão nos próximos dez. Não se deixe adormecer pela inércia.”

Fonte:Revista Crescer

http://revistacrescer.globo.com/Criancas/Saude/noticia/2013/06/autismo-uma-nova-fronteira-para-pesquisas.html

terça-feira, 11 de junho de 2013

SEMINARIO


1° SEMINÁRIO: ATUALIDADES ACERCA DO AUTISMO - realizado em 08-06-2013 na Camara Municipal de Guarulhos pela Instituição Autismo&Sociedade.




 TIVEMOS UM DIA DE PALESTRAS, HOMENAGENS E EMOÇÕES. GUARULHOS RECEBEU DE BRAÇOS ABERTOS OS PALESTRANTES, DRA. SIMONE PIRES, DRA. ADRIANA ZINK, PAIVA JUNIOR E AINDA CONHECEU O QUE A CIDADE TEM DE BOM COM O DIT- TECNOLOUSA E TDGRUX, CONSERVATÓRIO MUNICIPAL DE GUARULHOS COM FABIO BONVENUTO. A TODOS OS NOSSOS PALESTRANTES QUE VIERAM EM DOAÇÃO PARA O EVENTO DO AUTISMO & SOCIEDADE, OS NOSSOS SINCEROS AGRADECIMENTOS, FICAMOS EXTREMAMENTE FELIZES POR TÊ-LOS CONOSCO, E ESTE MOMENTO FICOU COMPLETO PELA PRESENÇA DE NOSSOS PARTICIPANTES, QUE VIERAM PRESTIGIAR O EVENTO E ABSORVER CONHECIMENTO, A ESSE PÚBLICO QUE ESTEVE PRESENTE O NOSSO MUITO OBRIGADO!!! AOS NOSSOS VOLUNTÁRIOS MARAVILHOSOS, QUE SEMPRE NOS ATENDEM QUANDO CHAMAMOS, OBRIGADO POR ACREDITAREM, SE DOAREM AOS NOSSOS AUTISTAS!!! OBRIGADO MESMO!!! PODEMOS DIZER QUE O EVENTO FOI ABENÇOADO!!! OS AUTISTAS DO CONSERVATÓRIO, ALUNOS DO PROF. FABIO BONVENUTO, FIZERAM DESSE EVENTO UM MARCO PARA O AUTISMO & SOCIEDADE, POIS MOSTRAMOS UM POUCO O QUE NOSSOS AUTISTAS SÃO CAPAZES DE REALIZAR, RESPEITANDO O DESENVOLVIMENTO DE CADA AUTISTA!!! REGINALDO FORNACIARI, FOI MARAVILHOSO AO MOSTRAR TODA A SUA SENSIBILIDADE!!! PARABÉNS!!! A TODOS QUE ESTIVERAM PRESENTES NESTE EVENTO O NOSSO MUITO OBRIGADO!! E AGUARDEM POIS ESTE É SÓ O COMEÇO DE NOSSA CAMINHADA!!! IREMOS PRECISAR DO APOIO DE TODOS!!! SEMPRE!!!

PALESTRA COM DRA ADRIANA ZINK
NOSSO PÚBLICO
PALESTRA COM DRA SIMONE

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Autista ganha na Justiça direito de estudar em Instituto Federal

Após quatro meses de espera o estudante Eduardo Meneghel Barcellos da Costa, 15, autista e apaixonado pela ciência e pelos bichos, ganhou na Justiça o direito de se matricular no IFES (Instituto Federal do Espírito Santo). Após cursar o curso preparatório para a instituição e obter 170 pontos no processo seletivo, ele não conseguiu garantir a vaga pelo processo seletivo regular para o curso técnico de agropecuária integral. O instituto não tem reserva de vagas para pessoas com deficiência.
De acordo com a decisão da Justiça, o IFES tem dez dias para adotar todas as providências e orientar Maurice Barcellos da Costa, pai de Eduardo, sobre os procedimentos a serem adotados para início das aulas.
Segundo Maurice, a iniciativa de buscar os direitos do filho na Justiça surgiu da luta do próprio estudante por mais autonomia. "Ele foi diagnosticado com autismo aos dois anos e desde lá vem se desenvolvendo muito bem, foi alfabetizado na 4ª série, concluiu o ensino fundamental e frequentou o preparatório do IFES. Tenho um vago conhecimento das leis que garantem direitos aos deficientes e fui procurar me aprofundar para ajudá-lo", disse Maurice.
A escolha do Curso Agropecuária Integral surgiu da paixão de Eduardo pela ciência e por bichos. Segundo o pai, a partir daí começou a busca por um curso que agregasse um pouco dos temas e que possibilitasse a inserção de Eduardo no mercado de trabalho.
Professor universitário, Maurice conta que os 170 pontos garantiram apenas a vaga de suplente ao filho, mas que buscou na Justiça os direitos garantidos aos deficientes para que ele não perdesse a vaga.
`Sabíamos que o melhor colocado no processo seletivo havia feito 310 pontos e a última aprovada 220. Já os candidatos cotistas [de escola pública] foram aprovados com 110 pontos. O que buscamos na Justiça foi também um acesso privilegiado para situações peculiares, como a de Eduardo`, explicou.
Sem legislação clara
Para isso, Maurice chegou a protocolar um requerimento administrativo no IFES requerendo a vaga. Diante da negativa do órgão, mais uma tentativa foi feita, desta vez, pelo Ministério Público Federal através de uma recomendação ao instituto a favor da matrícula do aluno, que também foi negada.
`Não temos uma legislação clara e as instituições também não praticam muito a reserva de vagas. Eu lamento o que ocorreu, mas confio na capacidade do IFES e agora a maior preocupação é recuperar o tempo perdido`, ressaltou Maurice.
Ansioso para o início das aulas, Eduardo agora terá que aguardar o encontro entre Maurice e a diretoria de ensino do IFES, em Alegre, para a realização da matrícula e para programar a reposição das aulas perdidas – as aulas começaram em fevereiro. Segundo o professor, tanto as reposições de aula como o apoio educacional no IFES para de Eduardo são garantidos a ele pela Justiça.
Maurice pretende passar a fase de adaptação junto ao filho no município de Alegre, mas garantiu: `Na escola ele tinha um acompanhamento especial, mas nos últimos anos ele não queria mais, vinha tentando dispensar e buscar mais autonomia. Já pegava ônibus da universidade até em casa sozinho`, contou o pai.
Já a preocupação do filho em não polemizar na escola a sua condição de autista não será possível. Mas, com a repercussão do caso, tranquilizou o pai, a situação do filho deverá servir de inspiração e não de receio.
`Espero que o caso sirva de inspiração para as instituições para que se adaptem melhor as necessidades dos deficientes e ampliem seu trabalho em relação a inserção de deficientes na sociedade. Fora isso, eu confio nele, ele é um garoto muito tranqüilo e que consegue ter um auto-controle muito bom diante da doença. Tem as coisas bem resolvidas na cabeça dele`, comemorou.
Processo seletivo
De acordo com o informado pelo IFES, o Instituto irá cumprir a decisão judicial de garantir a matrícula de Eduardo, mas ressaltou que ainda não há uma política para o cumprimento da reserva de vagas para necessidades especiais previsto no edital, o que dificultou o caso.
Apesar do imbróglio, o IFES informou que possui matriculados na instituição alunos cegos, surdos e cadeirantes que passaram pelo rígido processo seletivo previsto por um edital para o ingresso na instituição.

Fonte: Flávia Bernardes - UOL Educação - 17/04/2013 - São Paulo, SP